Viagem no tempo

Entrei numa máquina do tempo e apertei os números 2, 0, 1 e 6. Os botões da máquina começaram a brilhar. Fechei os olhos, apertando com bastante força. Fiquei com medo de que passar por aquele experimento de cientista maluco me ocasionasse alguma dor. Foi estranho. 

Senti uma espécie de batida com algo que se encontrava do lado de fora. Decidi abrir a porta pra espiar o que havia através dela. Respirei fundo e o fiz. Olhei ao redor, me senti diferente. De uma maneira inexplicável, me vi mais séria e desconfiada. Essas duas coisas surgiram assim que pisei em solo estranho. Outra esquisitice. A sensação não foi nada boa. Foi como se uma mão invisível tivesse me envolvido, me apertado, e me deixado presa àquele sentimento ruim de maturidade além do meu normal. Procurei pelo meu eu de antes, mas não obtive êxito. Tentei mais uma vez. Nada. Passeei pela salinha existente na minha cabeça, fiz uma viagem interna pra conhecer essa minha nova versão. Vasculhei umas gavetas, procurei arquivos antigos, sentimentos antigos, sensações antigas. Fui atrás da minha ingenuidade também, mas não a encontrei. Notei que não havia mais nenhum resquício dela e me desesperei. Corri de um lado pro outro, joguei tudo no chão. Nada, mais uma vez. Meu cérebro agora rodava informações que eu não costumava ter anteriormente. Tentei trocar o filme, mas foi em vão. Todos os filmes continham o mesmo conteúdo, não tinha como fugir daquilo. Fechei os olhos pra tentar sair de dentro da salinha de controle. 

It didn’t work. 

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